Posted by : Fundação Gibiverso


Artigo por Pedro Mendes

Para aqueles que não sabem: Em meados de 2004, quando uma nova versão do Batman nos cinemas estava sendo discutida, Darren Aronofsky, que futuramente dirigiria o premiadíssimo Cisne Negro, entregou um roteiro à Warner Bros., então intitulado Batman: Year One, que logicamente abordava o primeiro ano de “carreira” do nosso querido Cavaleiro das Trevas. Contudo, a Warner preferiu outro diretor... Christopher Nolan. E o resto, como dizem, é história.
Bem, Christopher Nolan fez um excelente trabalho, mas seu envolvimento com o personagem acabou. É necessária uma nova abordagem para manter o personagem vivo, seja para o vindouro e ainda incerto projeto do filme da Liga da Justiça ou para um novo filme solo. E bem, porque não reconsiderar Aronofsky? Sem dúvidas, é um diretor mais prestigiado hoje do que era na época, e seu estilo único poderia nos presentear com um Batman diferente de todos os anteriores. E depois da marca profunda deixada por Nolan e Bale no personagem, nada mais lógico que se afastar de qualquer termo comparativo.
Dito isso, entra em cena aquele velho receio de alguns fãs: Uma nova história de origem é necessária? Eu diria que não. Não é preciso mais do que alguns minutos para estabelecer um personagem já tão conhecido do grande público como o Batman, e teríamos um filme todo para desenvolvê-lo apropriadamente. Ainda céticos? Exemplificarei:
                
Após o logo da Warner Bros. desaparecer, a câmera desce dos céus, se aproximando de uma mansão, com sinistros portões de ferro, passando por um imenso jardim molhado pela chuva que cai, incessante, até chegar em uma janela, por onde vemos um jovem vestido em elegantes roupas pretas, sendo entrevistado por uma bela mulher.
A cena agora corta para dentro da sala.

REPÓRTER: Sr.Wayne, você poderia contar um pouco da sua história para os leitores do Gotham Herald?

BRUCE: É claro. Como muitos já sabem, meus pais foram os fundadores da Wayne Enterprises, que é hoje uma das maiores empresas do mundo, e após a sua morte pelas mãos de um bandido, eu me tornei o herdeiro da empresa, e com os meus recursos, pude dar um novo rumo para ela, um rumo em favor do povo de Gotham.

REPÓRTER: É verdade que você presenciou o assassinato dos seus pais?

BRUCE: ... Sim. Eu tinha 10 anos na época, e desde aquele dia eu me tornei, para muitas pessoas, isolado e excêntrico, sempre ocupado treinando artes marciais e lendo muito sobre ciências e outro assuntos não interessantes para crianças da minha idade. Pode-se dizer que eu fui um tanto... Precoce.

REPÓRTER: Bem, são hobbies... Interessantes, sem dúvida, Sr.Wayne.

BRUCE: Me chame de Bruce, por favor.

REPÓRTER: C-certo. Então, Bruce. Você diria que seus pais foram sua maior motivação para fazer com que a Wayne Enterprises fosse tão...
A mulher é subitamente interrompida por um senhor de idade, em trajes de gala, que adentra a sala onde estavam:
ALFRED: Sr. Bruce... O senhor está atrasado para aquele compromisso.

BRUCE: Compromisso? Ah, sim. Eu creio que teremos que continuar outro dia, senhorita...

REPÓRTER: Vale. Vicki Vale.

BRUCE: Um belo nome... Continuamos na próxima terça, talvez?

REPÓRTER: Certamente, senhor Wayne. Obrigada pela atenção.

BRUCE: Você precisa que Alfred te mostre a saída?

VICKI: Não é necessário, obrigada. Boa noite, Sr.Wayne.
Enquanto a jovem repórter se retirava, Alfred lança um olhar de censura para Bruce, enquanto se dirigiam para um elevador.

ALFRED: Eu devo dizer, Sr.Wayne, que não entendo o porquê dessa sua... Insistência neste projeto. Desde que o tal Superman apareceu, não vejo o sentido...

BRUCE: Superman é um herói para todo o mundo. Mas Gotham é diferente. Gotham precisa ser protegida de dentro, modificada de dentro. Superman não mudaria Gotham porque não entende Gotham. É por isso que eu devo fazer isso.
Ambos entram no elevador, e Bruce digita uma senha, e vemos uma palavra surgir na tela: SUBSOLO, ACESSO CONFIRMADO.

A cena corta para as portas do elevador se abrindo, e vemos um imenso espaço no subterrâneo, repleto de computadores e aparatos tecnológicos, e no centro, uma roupa. Uma roupa em tons de cinza e preto, a roupa do Batman.
Uma cena com cortes rápidos mostra Bruce vestindo e testando a roupa, até que temos uma visão do uniforme completo, ao que ele diz:
BRUCE: Agora eu estou pronto.

A tela fica preta, e surge o logotipo, com o nome do filme:

THE BATMAN

Pronto, aí está. Um filme passado depois de Homem de Aço, com uma cena de abertura,que na teoria, pelo tamanho dos diálogos, não deve durar mais do que 10 minutos. Sabemos quem é Bruce Wayne, sabemos que ele é o Batman e teremos o resto do filme para desenvolver essa ideia. Agora, vamos ao elenco: Quem poderia interpretar um Batman confiante, sarcástico, inteligente e fisicamente intimidante? Aqui vai minha escolha:

ALEX O'LOUGHLIN
Mais conhecido pelo seu papel como protagonista da nova versão da série Hawaii Five-0, onde interpreta Steve McGarret. A série é exibida no Brasil pelo canal Investigação Discovery (52). O ator tem um bom físico (até o queixo certo - detalhe importante, acreditem), e convenceria tanto como o Bruce Wayne playboy e charmoso, quanto como o Batman, soturno e ameaçador. Sua única desvantagem é a idade (36 anos). Considero-o um candidato ideal, embora suas chances de ser escolhido para o papel sejam praticamente nulas.

Agora vamos analisar o outro lado da moeda: o vilão. Eu sou um grande fã do Charada, que além de ser um dos vilões mais icônicos da mitologia do Batman, não foi explorado nos filmes do Nolan, o que garantiria ainda mais afastamento de qualquer comparação. Uma abordagem interessante seria fazê-lo ter uma vida dupla, assim como Burce Wayne, dividindo suas atenções entre a alta sociedade de Gotham e o submundo do crime, o tornando um adversário imprevisível. Com um bom roteiro nas mãos de um bom ator, não tem erro. Então, quem poderia desempenhar esse papel?

DAVID TENNANT
Mais conhecido como a décima encarnação do "Doutor" no seriado britânico Doctor Who. Tennant tem uma atuação intensa, e sua excentricidade cairia como uma luva em um personagem enigmático, perturbador e brilhante.




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